sábado, setembro 24, 2005

di vagar

As coisas também fazem saudade entre si. A luz quando chega, deixa saudade no escuro. O escuro sente saudade daquela parte de escuro que virou luz. O barulho quando chega deixa saudade pro silêncio, o silêncio sente falta daquele pedaço de silêncio ocupado pelo barulho... mas o silêncio tb faz saudade quando invade a música... aquele pedaço de música em silêncio sente o vazio de não encontrar seu pedaço de música...
Tudo tem saudade e deixa saudade. O corpo tem saudade do outro corpo. Essa saudade chama-se “entre”. O entre tem esse nome estranho que quer dizer intervalo, mas também pode ser um chamado: “entre”! e então a saudade despede-se... e entra a extensão...
Alguém disse: “saudade é sempre saudade de casa”... e o que é a casa senão aquele território onde ocupamos com nossos devaneios e invenções? Portanto, o prego tem saudade do buraquinho do quadro, que é sua casa, sua morada, sua pequena tentativa de ser o mesmo, por alguns momentos;
E a casa tem saudade da infância...

9 comentários:

Anônimo disse...

a coisa mais linda!!!
o mais lindo de todos!!!
o melhor!!!

te amo.

lu

Anônimo disse...

eu adoro este texto!

lu

Anônimo disse...

Má...Lindo texto!! Suave e instigante como vc sabe ser! Nos deixa perceber! Super beijo a você! Te adoro. Saudade...

peo disse...

muito obrigado por eu ter lido isso

Anônimo disse...

hum...
na ausência de coisas novas (agora a responsa aumentou... hehehe), leio novamente aquilo que me toca.
ser tocado,
devir-violão.
lu

Anônimo disse...

nada ainda
oi má

Anônimo disse...

impressionante...
e eu ainda toco na mesma banda que ela!
noise.

Anônimo disse...

má... que muito lindo o que tu escreve...vai virar a compositora oficial daqui a pouco!! não sei que frase tu tava falando??
beijos!

Anônimo disse...

o silêncio deixa saudade no texto também...
passou outubro inteiro e nenhuma de nós duas publicou uma linha...
bjo...